Almeirim Go a Trance 
Caros revoltosos, podereis estranhar hoje o facto nas palavras seguintes, não haver nenhuma referencia à revolta, à crítica, à lamentação, à ira etc.. mas a vida é assim mesmo, tem baixos, mas também tem altos =p
Almeirim é uma localidade situada no centro de Portugal, na margem esquerda do Tejo, na sub região da Lezíria do Tejo, tem cerca de 22 mil habitantes, pertence ao Distrito de Santarém e dista de Lisboa cerca de 100 kms, é ainda famosa por ainda ser um dos palcos das Touradas. A maior parte da população dedica-se ao sector 3, mas há uma grande percentagem que ainda se dedica à agriculturak, cerca de 30%. Mas não é dos factos sociais e geográficos que quero fazer alusão a esta terra.
A Go a trance passou por lá, e deixou a sua marca nos muitos que fizeram questão de lá passar por este fim-de-semana, longe da cidade, longe do trânsito infernal, longe de quem não gostam, longe dos autóctones, distantes do seu quotidiano e dos seus problemas diários.
Mais do que uma festa, do que um evento, do que uma actividade, é uma forma de estar, muito diferente de todas as outras.

Pelo meio de uma intensa vegetação e poeira a levantar, típica das regiões semi-áridas, um palco abriu-se por entre essa vegetação inóspita.
Algumas tendas, quase parecidas ás do Circo eram o abrigo de quem queria passar bem mais do que uma noite normal. Cores vivas e quentes, vermelhos, roxos, azuis, eram dominantes naquele cenário.
A imensa tenda maior, câmara-de-explosão-do-trance, estende-se por algumas centenas de metros quadrados, em círculo, quase perfeito. Seja na primeira fila junto ás colunas, seja a meio, seja na ponta, seja até sentado no matagal ao lado, o trance consegue furar as barreiras auditivas, e fazer o seu efeito em quem quer ter uma noite diferente.
Lá dentro, pessoas de todas as cores, de todos os feitios, com todo o tipo de vestes, realce especial para as raparigas de rastas, e com aqueles cores roxas, verdes e amarelas na roupa, dão o colorido próprio à festa.
Ao lado, outra tenda, menos grande mas mais acolhedora. Está relativamente próxima da principal, mas o que ouvimos na outra, já não ouvimos aqui, como se estivessemos a muitos quilómetros de lá. O Vasto tapete verde é o alicerce do solo, que acolhe todos aqueles que por um motivo ou outro querem relaxar, descomprimir, arrochar ou simplesmente conversar, com outros. Tem almofadas no chão, de várias cores, a música é calma, completamente o oposto da música da Tenda-Mãe, mas, desconcertante ao mesmo tempo, profunda a uma outra escala. Vemos pessoal a dormir, pessoal a fumar, pessoal a beber, etc...
Há uma imensa paz quando ali chegamos, principalmente à primeira vista, quando olhamos para todo aquele relaxamento dos presentes, a dormir, com os seus objectos pessoais ao lado, e sem terem a necessidade de os guardar, pois ali paira a sensação de que ninguém os roubará, e é verdade.
Há uma imensa paz, tão diferente do dia á dia, dificil de explicar. Homens e mulheres em plena harmonia, sem um único sinal de violência, de agressividade, de exibicionismo povoam, dão cor, e fazem esta "Comunidade" viver, pois isto ultrapassa as definições normais, do que entendemos por festa. Personagens, como que saídas de um filme alternativo e nocturno, ou de uma obra de Stephen King, cada um como que a representar uma peça diferente em todo aquele jogo feito por todos e para todos. Anda-se bem por ali, seja por uma tenda, seja por outra, seja para o caminho de qualquer outra coisa. Esqueces a sede, esqueces a fome, esqueces os problemas, tudo naquele cenário e movimentos de Paz.
Simplesmente a discrição será o mais secundário disto tudo, pois há definições que só encontram lógica na definição de quem as vive, e como descrever algo a quem não o viveu? Sendo uma actividade bastante própria em que os mecanismos de re

sposta às sensações, são dados por nós próprios, mediante o que cada um quer pensar, desejar, ou viver, só cada um, à sua medida e à sua escala poderá, não contar, nem descrever, mas sim dizer que aproveitou esses momentos. A Go a Trance, não foi uma festa nem boa nem má, bem pelo contrário, está na definição de uma outra escala, onde a quantidade de pssoas ou qualidade damúsica, do ambiente, do espaço etc.. não têm validade nenhuma.
Hoje não há revolta para ninguém. Curtam também os vossos momentos, é a minha mensagem de Paz do dia! =p